quarta-feira, 11 de março de 2009

Ocultos pelo desejo


Para onde eu devo redimir essa nova escrita...
Por onde eu devo ter forças para encarar essa nova fase...
Longe do que eu nunca quis fugir, e sim me afastar...
Perto de um vislumbre de mágoa a se manifestar...
Por tanto sentimento e choro...
Onde pequenas pedras tornam-se imensidões de rochas que vulneram-se em uma trilha...
Onde nem mesmo as forças do vento podem arrastá-las...
O obscuro percorre em minha lucidez...
Vomitando em versos o que às vezes não há como compreender...
Em uma forma axiológica de encarar o medo...
Dar vida ao absurdo...
Para os que precisam não tornarem-se fetos de desespero...
Vivendo em contornos com o universo paralelo as suas existências...
Vivendo desconfiados de uma virtuosidade benévola as suas sobrevivências...
Portanto eu guardo essas tristezas em folhas de papéis...
Sabendo que estão tristes e carentes...
Mas nesta galeria vejo seus quadros opacos pela dúvida...
Seus rumores navegaram pelos mares dos momentos em que eu me afoguei...
Agora apenas vividos por meus sonhos, meus anseios...
E pela ingênua miragem de criá-los à vida...
Interpretando-os a contextos em versos vividos em palavras de amor...
Deixando-os ocultos pelo meu desejo...
E eu pela prática serena de permanecer calado, estando vivo.

Marcos Gomes

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