segunda-feira, 28 de setembro de 2009

“Entre luzes e trevas”


Entre todos os seus santos...
Qual poderia me oferecer um refúgio espiritual?
Entre os seus anjos...
Qual poderia ser meu guardião?
Nas cidades das luzes...
Os caminhos estão abertos e seguros...
Nas cidades das trevas...
Os caminhos ficam fechados no subconsciente...
E o ódio e desejo se coalizam...
E não sei mais em que acreditar...
As profecias aguardavam nossas mudanças...
Assim como as mudanças resistiram ao tempo, como a mim...
E hoje vivo a liberdade...
No amanhã que nunca saberei...
Nas cidades das luzes...
Nas cidades das trevas...
Entre santos, anjos e demônios...
E por onde devo exigir de mim?
Há uma escuridão nos meus olhos...
Já houve momento que tentei esquecer...
Um suave som surgir...
E através de sentimentos consigo ver...
E por favor, não implore!
Por onde for saberei que existiu...
Assim como sei quem eu fui...
E tudo se coaliza...
Assim como as trevas e as luzes...
Assim como os sonhos...
E a vontade de vivê-los mais uma vez.

Marcos Gomes, 28/09/09.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

“O que eu não sou”


Deus tire-me desse passeio frio...
Não há mais razão para percorrê-lo...
Estou aqui, como o Senhor pediu...
Sem amarras...
Com um coração fragilizado e sem medo de sofrer...
Tudo foi como o senhor havia me dito...
E tudo ocorreu como não pratiquei...
Meu Deus traga-me a fé...
Meus atos são incômodos impulsivos...
Que magoam minha alma...
E não sinto meu coração se envolver...
Lembra-se quando eu sentia-me fraco e doente...
Era para seus braços que eu corria...
Agora meu Deus...
Amputei meu colo...
Onde meu ultimo sorriso lagrimou...
E eu ainda amargo minha alma...
Quando vejo o que me restou...
Meu Deus sinto-me na escuridão...
Onde seus olhos não poderão enxergar por mim...
Estou em busca de uma luz para minha alma...
Onde eu possa ter fé...
Herdada de meus entes queridos...
Para trazê-los...
Se acreditar e conquistar o que alcancei...
Como me alcançastes...
Quando ainda era frágil e sem perdão...
E me resguardei hoje da dura decepção...
E sinto sua falta...
Quando sei o que eu não sou.

Marcos Gomes, 11/09/2009.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

“O vidente”


Aos olhos da tristeza...
Enxerguei bem fundo nos olhos de um vidente...
E foi quando ele me disse...
“Você está pronto para esquecer?”
Toda minha certeza e dúvida se perdiam em suas palavras...
Daí senti algo afastando-se de meus sentimentos...
Como a dor de perder alguém próximo...
E não vê-lo por mais nenhum dia para se despedir...
Toda aquela áurea espiritual me consumia, me partia...
E eu tentava apenas fechar meus olhos e tampar os ouvidos...
Para não ver e nem ouvir minhas verdades explicitas...
E foi quando não pude mais sentir...
Todos meus desabafos e segredos perseguidos...
Pela minha consciência fraca enclausurada...
De mentiras e solidão...
Onde eu me maltratava em plenos dias depressivos...
Por ter sido uma intensa ilusão...
Em uma linguagem apaixonante...
Difusa de imaginação...
Que agora quer seus planos de volta...
Sem frustrações e consentimentos...
Acreditando em algo que irá florescer...
E foi quando o vidente me disse...
“Nessa vida não terá amor,
Mas poderá mudar a vida das pessoas que ama”...
Então foi quando respondi...
“Minha vida está enterrada demais,
Estou pronto para esquecer”.

Marcos Gomes 08/09/2009.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“OS VOTOS ’’


Caros amigos, trago hoje aos senhores uma poesia que circula na internet como sendo de Victor Hugo, com o titulo "Desejos", mas que na realidade é de autoria de Sergio Jockymann e que foi publicada pela primeira vez em 1980 no Jornal Folha da Tarde, Porto Alegre - RS, intitulada "Os votos".

“Desejo primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde magoa.
Desejo pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos, que mesmo maus e inconseqüentes,
sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar,
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos;
Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes,
você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil, mas não insubstituível.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada,
essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante;
não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente,
e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
e que sendo velho não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste;
não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom;
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra, com o máximo de urgência,
acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
alimente um cuco e ouça o João-de-barro
erguer triunfante o seu canto matinal;
porque assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo outrossim, que você tenha dinheiro,porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele
na sua frente e diga "Isso é meu",
só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você,
mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo um homem, tenha uma boa mulher,
e que sendo uma mulher, tenha um bom homem
e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte,
e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer, não tenho nada mais a te desejar.’’