sexta-feira, 7 de maio de 2010

“Despedida”


Estenda suas mãos para mim...
Deixe segurá-la...
Há muito tempo não sentia esse prazer!
Entreguei-me na verdade do meu orgulho...
E deixei vários momentos passarem sem perceber...
E hoje sei o quanto vale a pena viver sem sofrer...
Caminhar pelas ruas e sorrir...
Expressar a alegria...
E por fim enganar a solidão...
Que hipócrita penso ser eu!
Que engano a mim mesmo...
Em enigmas dentro de minhas imaginações...
Deixando o tempo passar...
Sabendo que mais um dia se foi...
E eu lhe enganei!
Como me enganei!
Quando mais acreditou em mim...
E eu não valorizei...
E estava tão distante...
Que nem lembrava mais como aconteceu...
Só sei dizer-lhe que agora passou...
E estou bem!
E posso ouvi-la...
Como nunca pude das outras vezes...
E nem sabia como entendê-la...
Como agora entendo!
E pode perceber minha preocupação!
Pois consegue ver que eu mudei...
E as razões agora são outras...
E envelhecemos também!
Em nossas recordações...
E posso escutá-la...
Mesmo cansado dessa situação...
E distante de como queria que fosse...
Agora pegue em minha mão...
Faça disso sua última emoção...
E saia sorrindo...
Deixe viver o que não vivia mais em você...
E encontre uma razão para isso...
Eu me desconheço desse mundo...
Eu lutei para ser um bom motivo...
E a canção é a única que salva e me acalma...
Quando não encontro mais ninguém...
E as palavras me reprimem...
Quando não posso mais vivê-las...
Sem minhas emoções, nessa despedida.

Marcos Gomes, 05/05/2010.