segunda-feira, 30 de março de 2009

“O que é vida?”


Em meio à difusão do momento...
Lembro-me de um estado que jamais lhe permiti recordar...
Estou prático a uma solidão...
Exercida pela influência da subsistência...
Onde meus sentidos tranqüilizam-se...
Mas tornam-se vulneráveis a minha existência...
Perplexo envolvi-me nas reações dos ventos...
Sobre os movimentos que na vida resolvi esquivar-me...
Podem até falar que na vida há fraquezas...
Mas sobrevivo na satisfação de minha incoerência...
Perder ou garantir caráter...
Nada permitirá a descobrir o que é a vida!
Se em seus olhos não existirem, paz a sua alma...
Podemos pregar-nos a dez mandamentos...
Mas algum prosperara diante de um vigor para sua demência...
Envolvendo o coração...
Redescobrindo sua emoção...
Para que em seus olhos não exista uma cegueira...
Onde minha insatisfação difunde o estopim da farsa...
Sobre o estereótipo da difusão...
Do conselho a decepção...
Nada permitirá a descobrir-lhe o que é vida...
Enquanto não existir paz, em sua interpretação de fé.

Marcos Gomes.

“Inspirações esquecidas”


Eu não existo entre esse espaço...
Por tempo demais eu não existo...
Sou uma fuga na descoberta da luz...
Para um nada que abriga tudo o que podemos sofrer...
Para uma satisfação do poder...
Devassador de sua arrogância...
Entre os desesperos...
Em um corpo mórbido que o envergonha...
Entre todos tentei achar uma forma para culpar...
Tudo o que escondi nessa vida...
Envelhecida a cada pôr de sol que se acordar...
Vivenciando a cada reflexo de luz...
O quanto eu não me importei com essa vida...
O quanto eu me isolei e perdi amigos...
Agora, apenas memórias...
Memórias...
Que fogem de minha mente em busca de sentimentos...
Em um passado...
Em um presente...
Revivendo em leituras...
Minhas inspirações mais esquecidas.

Marcos Gomes.

“Fina Cicatriz”


O momento ainda sente sua ausência...
Seus quadros pelas paredes relembram bem suas alegrias...
A minha infinita insensatez resguarda bem sua extrema nostalgia...
O que eu relembro você nunca esqueceria!
Nem o tempo, nem a façanha de sua reminiscência poderia fazer você esquecer...
O que você ainda senti fina cicatriz?
O que você ainda esconde?
Porque me cicatrizastes através do sentimento...
Porque não esperastes por minha dor...
O que você ainda reagi?
O que você ainda vive?
Não se preocupe...
Não espere que eu lhe cubra...
As pessoas que lhe enxergarem jamais serão esquecidas...
Você ainda senti minha dor?
Você ainda percebe meu amor?
Estou pronto para senti-la...
Você recomendou-me para sua dor...
Mas agora você não está mais ferida.

Marcos Gomes.

domingo, 29 de março de 2009

O SUPREMO E O ATO INSTITUCIONAL N° 5


Com grande prazer, li recentemente, artigo, do também agora cidadão amapaense Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal sobre o STF e o AI5. Nele discorre sobre três magistrados “compulsoriamente” aposentados pelo ato violento: Victor Nunes Leal – então vice-presidente, Evandro Lins e Silva e Hermes Lima.
Dos três, conheci pessoalmente dois: Evandro Lins e Silva, na convivência do Conselho Federal da OAB. E o saudoso Ministro Victor Nunes Leal, que além de idealizador das Súmulas do STF, foi o inspirador da criação da Comissão de Direitos Humanos daquela entidade. Victor Nunes Leal, para quem não sabe, serviu o Amapá. Foi um dos nossos primeiros representantes no Conselho Federal da Ordem dos Advogados. Visitava o então Território freqüentemente, dando palestras aos profissionais do direito, estudantes e para quem quisesse ouvir. Falava sobre liberdade naqueles anos sombrios. Trazia a esperança de ver o Brasil redemocratizado. Carismático e generoso ajudou inclusive financeiramente a adquirir a primeira sede da OAB/AP. Os advogados amapaenses lhe devem esse tributo. Infelizmente, seu nome foi apagado do Auditório de Reuniões. Que pena!...Mas permanece vivo na memória e no coração daqueles que aprenderam admirá-lo e respeitá-lo.
E hoje, pedimos licença ao novel amapaense Gilmar Mendes, para que possamos levar aos nossos leitores o seu artigo publicado em revista especializada:

“No Dia 16 de janeiro de 1969, ocorreu uma das maiores agressões ao judiciário brasileiro: a aposentadoria compulsória dos Ministros Victor Nunes Leal – então Vice-Presidente-, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva. Em solidariedade aos cassados, renunciaram em seguida o então Presidente – Ministro Gonçalves de Oliveira, que tomara posse há pouco mais de um mês – e o decano da Corte, Ministro Lafayette de Andrade.

Ano de celebrações, como os 20 anos da Constituição Federal, o centenário da morte do grande Machado de Assis e os 200 anos da chegada da Família Real ao País, 2008 encerrou-se com a triste memória dos 40 anos da decretação do Ato Institucional n°5. Foi decerto uma das mais duras intervenções institucionais na História da República.
É o mesmo sábio Machado, entretanto, quem nos ensina ser a História “pessoa entrada em anos, gorda, pachorrenta, meditativa, tarda em recolher documentos, mais ainda em os ler e decifrar”.

É, portanto, indispensável relembrar os fatos que pavimentaram a acidentada trajetória da democracia brasileira, afim de que esse conhecimento impeça definitivamente o retorno de qualquer daqueles infortúnios, de sorte que nem o mais incipiente deles ressurja sequer como ameaça. Não me canso de repetir que, felizmente, a democracia em nosso país passou a ser um valor em si mesmo, do qual muitos brasileiros se ufanam.

Os atos institucionais foram o meio encontrado de quebrar as garantias fundamentais e a própria ordem constitucional para viabilizar o regime de exceção.

A investida contra o Judiciário não foi pequena. Ficou célebre, à época, o “Caso das Chaves”: a tentativa do regime de exceção de intimidar a Corte foi respondida duramente pelo então Presidente da Casa. Na época, o Ministro Ribeiro da Costa respondeu que, sendo o Supremo ápice do Poder Judiciário, não poderia submeter-se à ingerência do Poder Executivo. O Presidente avisou então que, se desautorizado o Tribunal, fecharia suas portas e entregaria as chaves ao porteiro do Palácio do Planalto.
A primeira intervenção do regime de exceção no STF foi o aumento de 11 para 16 os membros da Corte, fazendo-o mediante o Ato Institucional n°2, que concretizou o estado de sítio, extinguiu os partidos políticos e ampliou a competência da Justiça Militar.

Tamanho acinte não foi bastante para obter a conivência do Supremo com os desmandos do regime. A Corte continuou atuante em garantir as liberdades individuais, inclusive dos perseguidos por ações políticas, presos de forma arbitrária, a maioria em total desabrigo dos mais básicos direitos humanos.

Nomeados, os novos Ministros desfizeram-se, como devido, de qualquer matiz partidário. Investidos da função de julgar, cumpriram-na com fiel atenção aos princípios de Direito.

Veio então o Ato Institucional n°5, que significou maior endurecimento do regime de exceção em vigor no Brasil desde 1964. Suspendeu-se a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos contra a segurança nacional, a ordem econômica e social, e a economia popular. Excluíram-se, ainda, de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com o AI-5.

Desse modo, o AI-5 conferia poderes excepcionais ao Executivo, limitando tanto a atuação do Legislativo quanto a do Judiciário, além de praticamente eliminar as liberdades individuais ainda existentes no Brasil.

Com base nesses atos, que subverteram as instituições e as garantias fundamentais, atacou-se a independência do Judiciário, limitando-se sua atuação e intimidando seus membros.

Ao discursar após o episódio, o Ministro Luiz Gallotti ressaltou que os três magistrados “foram aposentados pelo governo da revolução, porque considerados incompatíveis com ela”. A tradução era linear: tornaram-se alvos pelo desassombro com que, enfrentando a truculência despótica, defenderam a liberdade como bem maior da existência humana.

Foram perdas irreparáveis. Ainda, aproveitou-se a oportunidade para retomar a composição original da corte. A dor da revolta pela injustiça dos atos arbitrários, que apanharam em pleno apogeu nomes que honraram o STF e a magistratura brasileira, esteia a convicção de que o período ditatorial suportado pelos brasileiros serviu-lhes como antídoto contra o anátema odioso de regimes totalitários, alicerçados mais na ignorância, no despreparo, do que em qualquer viés ideológico do povo.

Vem-nos do próprio Evandro Lins e Silva, inato prócer na defesa da liberdade, a advertência de que é preciso lembrar esse sombrio período da vida republicana pátria para esconjurá-lo: “Só com liberdade, só com o regime democrático, com a transparência de suas instituições, é possível desmascarar os impostores, apontar os defraudadores do erário, os torturadores, os ladrões públicos, como tem acontecido ultimamente”.

De tudo, fica-nos reforçada a certeza de que a independência do judiciário não é privilégio dos magistrados, mas garantia dos jurisdicionados. Tenho frisado que, no Estado constitucional, a independência judicial é mais relevante do que o próprio catálogo de direitos fundamentais, pois Estados ditatoriais há com os mais amplos desses catálogos. Todavia, mesmo sem contar com rol formal desses direitos, mais retos são aqueles que respeitam o Estado de Direito, por conta da independência judicial.

Daí a importância de valorizarmos este elemento, pedra central da Constituição de 1988 e, portanto, de toda a democracia brasileira”.

Wagner Gomes
wagnergomesadvocacia@uol.com.br
wg_ed.wagneradv@hotmail.com

quarta-feira, 25 de março de 2009

“O tempo que passou”


Entreguei-me ao tempo...
Pra dizer que hoje minha pele seca está mais envelhecida...
E também que estou sendo honesto comigo agora...
Enquanto uns apostam suas vaidades...
Permaneço calado e preso em outro ciclo...
Talvez Deus pudesse me dizer alguma coisa...
O tempo de hoje passou, e eu permaneci parado...
Não construir família, e hoje sinto-me isolado...
Deus há razão para temer?
Eu gostaria de está como aquela árvore na floresta...
Fazer algum sentido racional...
Como brotar seus frutos...
E sentir na sombra, o ar frio em meu rosto...
Meu mundo de invenções deixei pra traz...
Cultoalizei meu silêncio...
E minha amargura sepultei em meu orgulho...
Eu sinto caí algum pensamento quando penso quem eu sou...
Complexo existencial?
Saudades de como me fazia feliz...
Um momento na canção faz eu ser diferente, e eu sei...
Um espaço de amor faz eu me sentir envolvente, e eu encontrei...
E porque parar?
Porque desfrutar?
São forças reais do tempo que temos que viver...
Dos tempos que vivemos...
Do tempo agora que estamos vivendo...
E eu posso me sentir em uma paz interior...
Posso trafegar em minha juventude...
Não consigo mais reclamar...
Hoje o tempo passou, e eu vivi.

Marcos Gomes 25/03/09

segunda-feira, 23 de março de 2009

“Espectros de desespero”


Ache o caminho certo...
Não mostre seus defeitos...
Os fantasmas lhe procuram...
Mas não sentem o seu cheiro...
Nesta caçada eles estão na oferenda sem paz...
E o fim do corredor esconde um grande segredo...
Abaixe-se! Agora não adianta mais rezar...
Eles o levarão e tente não respirar...
Teu futuro foi descoberto em outra época...
Visionários compartilharam suas idéias...
Agora tente não dormir...
Pois querem apagar seus sonhos...
E se cochilar, anos de sua vida irá se perder...
Inclusive aquela época...
Que prometeu nos proteger...
E agora, estou com medo...
E sua benção, se perdeu...
O teu sonho ainda não se foi...
Fantasmas não podem sofrer...
E você ainda pode vencer...
Tente não chorar...
Tente se aquecer...
São espectros de desespero...
São sonhos de uma noite de indesejos...
Mas você ainda poderá conseguir...
Eles pedem por sua alma, chamando por um nome...
Talvez estejam confusos...
Talvez sejam meus sussurros...
Eles questionaram seus valores...
E tudo passou, e você nem os viu.

Marcos Gomes 23/03/2009.

sábado, 21 de março de 2009

“Impulso elétrico”


Circuito fechado...
Circunstâncias que crucificam estando nesta corrente...
O tempo é duro demais...
Mas quero me manter...
Conhecer o limite...
Até onde possa me mover...
Eu há anos fujo de mim mesmo...
Há anos não consigo descobrir...
O pileque de hoje não vai traduzir...
Você precisa entender o que sentimos...
Pois sentimentos noturnos não clareiam...
E as emoções se castigam...
É difícil compreender uma heresia...
Escondendo o que sentir!
E viajar na solidão hoje, não será a saída...
Tentei tornar-me derradeiro entre estradas...
E pacificamente vi pessoas partirem antes de mim...
O efeito passou e eu nem percebi...
Mas você achou que permaneci...
E hoje não sabemos aonde chegar estando nessa crise...
Até onde um impulso elétrico percorre pelo corpo?
Para nos mantermos...
Conhecendo-nos...
Pois nos dias de hoje parece que nos odiamos...
Preciso ressuscitar e trazer de volta algum sentido...
Isolado neste impulso elétrico você vai poder sentir...
Meu coração batendo sentimentos...
E eu me rebatendo para não mais existir.

Marcos Gomes 21/03/09

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO


Dezenove de março. Feriado estadual. Festa do padroeiro de Macapá, São José, o pai de Jesus. Símbolo do trabalhador, do operário. Festejando a data num bar na orla da praia do Aturiá, tomávamos algumas cervejas, ouvindo o som de Vinicius de Morais e Osmar Junior. Em determinado momento, homenageando a figura de São José operário, alguém da mesa passou a recitar a bela poesia “O Operário em construção”, de autoria de Vinicius, que agora peço licença para trazer a vocês:

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo: - Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: - Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás.

Lucas, 4, 5-8

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele comia...
Mas fosse comer tijolo
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
-Garrafa, prato, facão-
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
-Exercer a profissão-
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
―“Convençam-no” do contrário―
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntando
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentimento que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.

De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
― Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

― Loucura! ―gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
―Mentira! ―disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
E se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão

De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

Wagner Gomes
wagnergomesadvocacia@uol.com.br
wg_ed.wagneradv@hotmail.com

“Você não partiu”


Como estão velhos amigos?
Eu percorri quilômetros para vê-los...
Perdi-me em algumas ruas, mas o caminho ainda era o mesmo...
Lembrei da trilha e das pistas que fazíamos...
E a lembrança permaneceu viva...
Ouço na escuridão o som da natureza...
E olho para os lados e ainda imagino vê-la...
Aquele dia foi meu ultimo sono profundo...
Pois ela, não dormiu...
E eu escolhi me perder na imensidão...
Tentar me curar com respostas...
Trazer de volta o que poderia ter evitado, defendido...
O meu romance sujo não pôde entender...
Queria tê-la de volta...
Pois minhas lembranças e segredos ela possuía...
Eu defendi meu palácio das nobrezas...
Mais me exclui de olhares da infância...
Que em minha imaginação me fazia relembrar...
Teus segredos ditos como ultimo pedido...
E ver fechar seus olhos dando adeus a nossos sentimentos...
Pois a morte é a violência que penetra nos sonhos...
E naquele dia sentir-me ferido...
Eu não sabia o que estava vivendo...
Eu não sabia o porquê que estava chorando...
Eu não sentia sua vida...
E eu me isolei para não sentir sofrer...
E hoje sei que a vejo e que a ouço...
Faltavam poucos dias...
Mas você não partiu.

Marcos Gomes 21/03/2009 03h59min

segunda-feira, 16 de março de 2009

366 dias em alguns instantes...


Hoje inicio minha batalha...
Mais um ano...
Posso começar a refazer meus sonhos, idéias...
E deixar fruir para longe da tristeza...
Meus sentimentos reflexos de meus desabafos, solidificados em solidão...
Agora percebem o quanto faz falta amar a pessoa certa, sabendo que sempre, sempre esteve perto...
Por ontem, hoje, recomeço a guardar minhas alegrias...
Fechar e amarrar minhas mágoas...
Deixadas para bem longe...
Onde nem eu mesmo poderei lembrar, nem mais lembrar...
Pois uma fraqueza me alimenta, mas agora está sem seu fruto...
E hoje é mais um dia que devo praticar minhas idéias...
Já obsoletas para tornarem-se transformadas...
Pura psicologia interpreta meu intelecto...
Livre, disperso, afogado e consumido...
Desprezível entre a natureza, apática de sua determinação...
Hoje foi fruto de mais uma longa e angustiante discussão...
Meu temperamento, minha revolta já cansada, não me permitem mais agarrar ou alcançar, para chegar ou ultrapassar obstáculos...
Minha visão torna-se cega, desprovida de momentos de conquista...
Para perto ou para longe de você...
Segundo e seguidos de frases bíblicas...
Sei o quanto sou infiel à minha oração...
Sempre querendo ter fé...
Mas me acomodando em decepção...
Preciso ser mais forte, é preciso...
Um calabouço sempre a descer...
Para saber o que encontra-se no escuro...
Na sombra, pois o que vejo não mais me pertence...
Hoje termino minha farra sem conquistas...
Defendida, exclusiva e excluída de meu maior prazer, a vida...
O término da melhor conquista...
Pois o resto tornou-se conseqüências...
Sentimentos desparafusados...
Onde se encaixam esses feixes?
No meu sentimento, no seu sentimento, ou em de outros?
Todavia, resguardei memórias absorvidas de um nunca removido...
Preterível antes fosse vossa vontade...
Mas aqui na Terra desejo voltar novamente...
Implacável foram os motivos que quase me tornaram uma pessoa triste...
Pois iria sentir-me sozinho, longe talvez da solidão...
Pois os livros que leio, me imagino seguro...
Acompanhado de um livre abuso, você...
As formações, os perplexos do abstrato...
Obscuros são as profundezas mais insanas...
Indelicadas da vaidade de alguém que sempre as ignorou...
Portanto e por tanto que fizemos...
Ninguém nos põe práticos e satisfeitos...
Pois sabedoria nega a demência...
E essa é uma imaturidade...
Da coerência incoerente masturbada, sem seu gozo pela vida...
Imortalidade em benefício da espécie!
O meio antrópico insano e confuso!
A galáxia aguarda a chegada dos guardiões...
Talvez conservadores, precursores...
Por onde anda a fé?
Mas fé não modifica desastres, não remove impactos...
Mas sem ela já estaríamos mortos...
O mesmo que digo a você, ouço de conselhos de familiares...
O mesmo que amo você, deixo praticado para minha partida...
Deixando cartas com palavras sóbreas...
Sem desmerecer minhas idéias reais...
Pois a peça quebra-cabeça não existe em mim...
E o enigma ainda está por vir...
Eu me encontro na força da canção...
Na rapidez dos versos...
Na fúria da emoção...
Desabafando no calor do corpo toda minha inspiração...
Fazendo frases...
Chamando palavrões...
Pois todos não mais me escutam...
E nesta data inglória...
Satisfaço meus desejos e abnegações...
Pois meu rótulo é o mesmo...
E o amor também...
Não mudei de páginas...
A interpretação frívola é a mesma...
Cansada, sujeita e sem razão...
Todo o efeito você refez e desgastou em vida...
Agora ausente...
Mudar, ser você mesmo...
Desejar amor e não sentir inveja...
As aspirações fogem a isso...
Pois perdem seu consumo...
Pois vão poder amar e dá importância a vida...
E a pessoa ao lado se tornará livre...
E essa gripe já passou?
Vamos atrás de remédio!
Não podemos executar essa dor!
Os pensamentos surpreendem o tempo...
São os únicos que podem reviver o passado...
Através das memórias onde a juventude sempre se renova outra vez...
Esperando, mas sem se preocupar com o tempo...
E a chegada, lhe deixa prazeres, sonhos e desejos...
Enganando uma dor, que há minutos atrás era depressiva...
Como um câncer não curado...
Onde os pensamentos tornam-se derradeiros...
E como reagir a essa dor?
Do que eu lembro me atrasa o tempo...
E as verdades e mentiras nunca irei descobrir...
Foram ocultadas, diluídas da fonte que absorvia tranqüilidade...
Agora só resta rezar e esquecer que o pior erro já esteve comigo...
Deixando-a esquecer em outro prazer...
Às vezes relembro histórias contadas por pessoas consideradas humildes...
Reais como a fome e a necessidade...
Pois é difícil achar alguém que diga que já viveu assim...
Fácil é encontrar pessoas que enganam a si mesmo...
Queria poder sentir saudades de minhas vidas...
Mas as saudades não se assemelham...
Pois o que se assemelham são somente histórias...
Mas que por analogia perdem seu contexto...
Para fazer acreditar, favorecer entender...
Seus encontros como contos nunca esquecidos...
E minha razão não me impedi de iludir...
Suas prosperidades, seu amor...
Eu não posso mais me envolver...
De olhos fechados consigo enxergar sua emoção...
Mas minha vida está corrompida, atrevida e triste...
Minha fonte familiar pede por minha ausência...
Expedido principalmente por uma despreparada e desequilibrada mãe loba...
As saudades dos momentos da infância...
As recordações dos dias em que as reverenciamos...
Fazem-me fugir para um além bem ulterior...
Para bem longe de uma memória...
Para bem ausente de uma dor...
Para não lembrar, tentar esquecer...
Ser vítima da vida por conseqüência do tempo...
Imaturo, protegido e imperfeito...
Não me levarão de volta ao meu quadro de deformação...
E o tempo traído...
Faz-me esquecer o quanto a amo...
Deixando minhas travessias expostas...
Porque sei que algum dia poderei caminhá-las de novo...
Sem minha construída prole...
Mas talvez diante de um amor perfeito...
Eu desejei morrer até um tempo atrás...
Mas hoje eu quero viver...
Mas viver feliz, sem nenhuma reclamação...
Pois no inferno que vivo, e que não passa, são de reclamações...
Portanto estando nessa falha, meus argumentos tornam-se incompreendidos...
E minha ira, reflete-lhe tristeza...
E quando sair do fundo desse útero...
A pessoa que será gerada se tornará outra...
Com um sorriso frágil e imaturo...
Como uma criança saudável e bem amada...
Não percorrerá por esse mundo doentio...
Por onde nele vivo e sobrevivo até hoje...
O cenário que sonho é uma verdade distante...
Os segredos e pretextos são minhas difusões...
Somos páginas viradas no dia a dia...
Tornamos-nos fortes como necessidades de sermos ser humanos e frascos frágeis aos obstáculos da vida...
E tudo isso se expressa como uma simples bobagem...
Pura melancolia hipocondríaca?
Pura insatisfação reagiu agora!
As febres que tive até hoje nunca me geraram tanto calor...
Minha temperatura está alterada...
Como uma floresta hibernada em um ecossistema impactado...
Onde perde suas essências naturais e tornam-se um ambiente que prolifera poluição...
Alterado pelo homem, que só usa 10% de seu precioso cérebro genial...
Que vivem através da manipulação do sistema...
Estereotipado de noticias que fazem você viver de acordo com a opinião...
Opinião tal que só gera revolta, e um amanhã menos elucidado de felicidade...
E o que lemos nos atrai coisas boas?
O noticiário financeiro aumentará seu salário?
A miséria é um calabouço do equilíbrio...
Desequilibrando os mais frágeis...
Deixando um país mais insano...
O que eu digo, não é o que leio, vejo, acho...
É o que acontece, atrasa e dói...
Felicidade é uma reza?
Não!
É uma esperança...
Deixou de existir diante da vontade própria...
Pois não passa de ser agora mais uma manipulação do sistema...
Mas que sistema é esse?
É o mesmo que exigi conhecimento e dedicação...
Mas dito pelos ícones como complexos enigmáticos...
Por ventura ainda bem que sou iconoclasta...
Mas a situação não deixa de ser uma rebeldia...
Que transfere-me de um mundo real insano, para um mundo surreal sem coerência...
Grande verdade falei agora?
Todos somos ignorantes inteligentes!
Geradores normais diários de quantidades exorbitantes de lixo...
Onde podemos ter certeza que nunca iremos nos comparar com os mesmos...
Mesmo se fossemos iguais a novamente os mesmos...
Pois normalmente a destinação final dada já está em decomposição...
Então já estamos sendo manipulados pelo sistema!
Que observa e exclui os frascos mais quebrados quando você não cuida e o satisfaz de suas ordens...
E eu deixo minhas amarras expostas...
Sem me pronunciar e desobedecer...
Pois nada agora fui eu que falei...
Pois manipulei o sistema...
E essas amarras foram suas ilusões refletidas...
Para um outro lado que nem você conhecia...
Chamado você mesmo...
Que revive seus desejos e desprezos...
E renovam suas obstinações...
E não lhe permitem que perca a fé...
Nesse curto instante de desespero...
Por onde sua alma não afasta sua dor...
E sua influência não regenera sua complicação...
Procedendo a sua postura...
Um homem digno de amor...
Carente e mal retribuído de rancores...
Onde o cheiro sentido, é o mesmo ainda de sua infância...
E seus espectros são seus lamentos de abusos...
De alguma dor do passado...
De alguma garota, excitação...
Seus consentimentos são cultos do prazer...
Dentro dessa reserva...
Para esperar por onde ainda se propagará sua última emoção...
Vendo seus passos, e os seguindo até uma igreja...
Revejo seus preceitos e ressentimentos...
E hoje sei o que mais lhe sufoca...
Sei que você vive a uma doença que não é sua...
Pois a sombra e a escuridão não são de sua natureza...
Desde o tempo que lhe conheço...
Sinto que seu sorriso não é mais o mesmo...
Desde o tempo que lhe compreendo...
Sei que sua paciência não é mais a mesma...
Todos os seus valores foram consumidos e interpretados em outra vida...
Por conseqüências baratas em uma vida mundana...
Sem naquela fase perpetuar fé...
E tornar-se notória hoje em dia em suas reflexões de desabafos...
Compreendendo-me a um sono que tanto desejo dormir, e me fazer sonhar sem me surpreender por sua dor...
Deixando-me de volta viver a minha vida...
E relaxar em uma solidão...
Da calmaria...
Da inspiração...
Onde corpo e mente não se reprimem...
Nem se contestam, fora de seus equilíbrios, espiritualidades, decisões...
Onde o amor ainda é uma dádiva da vida...
E sobrevivem e superam ao tempo...
A decepção...
O rancor...
A dor...
Muitas vezes quis ser familiar a minha família...
Mas muitas das vezes não somos familiares a nós mesmo...
E hoje quando estou triste, sei o porquê da minha tristeza...
Sei quando estou triste, sinto falta de seu colo, seu amor...
E seu pecado não revelará mais a dor...
Pois o que viveu, não refaz o que foi dissipado...
E sua dúvida está no meu prazer...
Como dívida.

Marcos Gomes

“Se Envolver”


Entrei em muitas vidas...
Onde nelas pude-me sentir livre...
Entrei em muitas vidas...
Onde nelas pude me sentir sozinho...
Sua dúvida ocorre pelo meu olhar...
E eu sem essa sensação...
Não consigo lhe envolver...
Tu te encontras distante...
Não sentes um carinho...
Somente aspectos de carência...
Teu amor se foi com a distância...
Na amargura deste sonho...
Onde está sozinha...
Sem perceber a cintilação das cores...
Apenas o ofuscante profundo na escuridão...
Você é uma força...
Ainda vaga pelas luzes...
Não se sinta perdida pela escuridão...
Pois a minha, já permanece triste...
O meu sonho nunca se interpretou por outra pessoa...
Pois, agora, você não estará mais sozinha...
Um “Eu te amo” não significará mais farsa nesta sina...
Afogue seus pesadelos...
Apagando suas angústias...
Tenho um novo momento para agradá-la...
Tenho um novo pensamento para refleti-la...
Para lhe afastar da solidão e de tudo que um dia lhe fez sofrer...
Um sentimento ás vezes renova uma visão...
O desejo reage a decepção...
E teus olhos, pensamentos...
Lembrarão a isso, sem me verem ou perceberem...
Estarão entre a verdade e a mentira...
Em uma suposta visão de prazer.

Marcos Gomes 15/08/06

Juntos Pelo Prazer


Na era da juventude...
Corremos como loucos atrás de ocultas inspirações...
Na forma que verve o sentido surreal de nossos sentimentos...
Expressando em um movimento imaturo...
A ferida para um longo desejo...
Que permanecem dos momentos em que mais tentávamos esquecê-los...
Agora descoberto por sentimentos...
Que fazem-nos acreditar em uma fé para nossas vidas...
Encontradas na ilusão...
No arrependimento...
Nos sonhos...
E um universo, onde jamais conseguimos alcançá-lo...
Perdido na atração e no calor de nosso desejo...
Sentidos por nossos corpos vivos, juntos pelo prazer.

Marcos Gomes

domingo, 15 de março de 2009

Éramos belos


Hoje passou bela pela manhã...
E amanhã sobreviverá a esta lembrança...
E a história de nossa vida ainda será esta...
Ainda mostrará nossa pressa...
Nesse tempo confuso e perdido...
Sem sentir o calor...
Presenciar o amor...
E sem tê-la por meu orgulho...
Na procura de um novo amor...
Na espera de uma flor...
Na reza, entre festas...
Não pude reconsiderar minha dor...
E isto foi como se não fosse vivido...
Suas palavras nem reagem ao que eu ainda vivo...
E você se sente confusa...
Sem seu arrependimento diluído...
Sem uma forma de carinho...
Viveste o desprezo, a dor...
Onde tudo é labirinto...
E suas palavras expressadas entre verdades e mentiras não trazem-me de volta...
Para o amor...
Seus momentos...
Para a vida de nossas lembranças...
Onde éramos eternos...
Agora, perdidos.

Marcos Gomes

Entre você e a morte


Os ventos alísios mudaram o rumo por onde velejávamos...
Nossos destinos perderam-se pela maré...
Mas havia uma razão para continuarmos...
Não sabíamos o que fazer e nem como manter a calma...
Apenas tentávamos não nos afogar na violência do mar em seu extremo apogeu...
Não poderíamos fraquejar pela situação, e paciência era uma única necessidade...
Existia momentos em que pensávamos em desistir, viver a morte...
Mas sabíamos que desistir, não se perderia em nossos esquecimentos...
Pensava em você e nas palavras que havia me dito...
Pensava no amor e nas noites em que eu mais me sentia sozinho...
E você deslumbrada pelo efeito do amor...
Aguardando o momento para sentirmo-nos livres...
Longe da ilusão, constante em nossos chamegos...
Onde minha inteligência tornaria-se insana...
Por percorrer pelo seu corpo, vivenciando nossos prazeres mais sentidos...
Encontrando no sentimento o que somente necessita...
Sou simples pela sua ternura...
Mas declaro-me pelos instantes em que mais preciso de você...
Nas noites dos paraísos não há choro...
Nas constelações das estrelas enxergo vários caminhos...
E eu perto de você sentiria-me livre
Em morrer ao velejar neste longo mar...
Sentirei-me perto de seus braços, acreditando em nossos sonhos.

Marcos Gomes

sábado, 14 de março de 2009

Encontro com os ventos


Às vezes, quando olhava para um momento...
Paralisado em meus olhos...
Refletia em meus sonhos artes realizadas nos encontros de meus movimentos...
Ser assim é por falta de ilusão?
Ser assim é por falta de amor?
São encontros que realizam e desfrutam um homem mesmo a uma distância a lhe afastar do que não encontra-se perdido, sim reprimido...
E o dever deve viver essa ilusão?
Entre estrelas você reflete sua visão?
Há pessoas que nem sentem mais devoção!
E você refletirá a esta compreensão?
Vejo pessoas em volta...
Diante de um todo reflexo de ícones...
Enquanto uns imploram perdão, paz...
Outros marcam violência e revolta contra seus sentimentos...
E saber, é sinônimo de compreender para pulsar tanto sofrimento?
E seus pais, enxergam-lhe como uma criança e escondem-lhe a tantos lamentos?
E em você, ainda existirá um sorriso?
E em você, ainda existirá amor?
E nós, ficaremos em silêncio até um último pedido sem suspiro de desejo?
Ás vezes, quando olho para um momento paralisado em meus olhos...
Reflito em meus sonhos artes realizadas nos encontros de meus pensamentos...
Faz parte apenas de mim...
Diante meu encontro com os ventos.

Marcos Gomes

Ela narra ao som dos anjos


Estive longe de minha inocência...
Tudo parecia um som sem serenidade...
Fiquei sem esplendor, senti saudades...
Compadece a plenitude de minha remissão...
Mas parecia um derradeiro de uma paixão...

Meu medo por você, por momentos não existia...
Minha mudança com você, com o tempo se escondia...
A reminiscência para você, sem o momento se perdia...
E diante seus sentimentos, ao som dos anjos eu percebia...

Meu pleno sentimento revela-se ao som dos anjos...
Que mostra-se na oferenda com amor a um grande sonho...
Onde cria-se e seduz no costume de sua convivência a lembrança...
Dando aos sentimentos ecos a uma esperança...
Encomiásticos a virtude da compreensão...
Que irá loa ao esplendor de uma retidão...

Ela falava ao som dos anjos, a cintilação que lhe consumia...
Ela ouvia ao som dos anjos, os desejos que lhe havia companhia...
Ela dormia ao som dos anjos, com os sonhos que lhe realizaria...
Ela viveu ao som dos anjos, os momentos que não se esqueceria...
Ela narra ao som dos anjos, o verdadeiro amor que ainda sentia.

Marcos Gomes

Distante


Hoje pensei em você...
Você estava triste...
E eu percebia a catarata de suas lágrimas...
Agora pense...
Estamos aqui, vivos...
E eu poderei dizer-lhe...
É somente disso que precisamos para sermos felizes...
Agora aproxima-se o fim de um longo amor...
Eu e você, toda primavera soprando sobre nossos corpos...
E onde deixaremos guardados os momentos se eu partir primeiro...
Você prometeu-me não revelar nossos sonhos...
Pois vivo intensamente nesse momento para suas alegrias...
Eu nunca lhe menti, sabe o que estou sentindo...
Vivo em um vazio, um branco...
Numa vontade de estar perto e de dizer que a amo, aos extremos...
Mas o tempo esperará por nossa vez...
Viverá enquanto rezarmos para as almas que nos iluminam...
Somente o espectro sussurrará em nossos ouvidos...
E eu não estarei dizendo eu te amo novamente...
Vou guardá-lo para nossas alegrias...
E não fechá-los para nossas mágoas...
Vivo relembrando, amando, sonhando...
Mas remoto diante suas felicidades, tristezas e façanhas...
Houve um tempo em que tudo o que eu tinha era solidão...
Mas depois que a conheci, agradeço todos os dias que algo faça aproximar-me de você...
Pense nisso como se fosse à última coisa que deixaria escrito...
Pois já estou distante há muito tempo.

Marcos Gomes

Dias Mortais


Os dias mortais talvez nunca viessem ser estranhos...
A seriedade estruturava sem consenso meu ânimo...
Os passos caminham, assim chego, ainda alcanço...
Sempre estive longe de estar sobre seu olhar...
Sendo um viajante mortal...
O tempo ainda pode alcançar...
Os dias mortais movimentam-se diante as nuvens...
Vejo a manhã, o fim da tarde e as estrelas da noite...
Sobre tudo, ainda ofuscam-se os brilhos do luar...
Sendo assim, ao amanhecer, posso sentir o ensolarar...
Os dias mortais encontram-se em você...
A cada momento da vida, um impulso seu sentirá em compreender...
A cada momento da perda, um sentir funesto se apagará com o prazer...
A cada momento da espera, um triunfante idílio verve a procura de você...
Os dias mortais vivem a um ulterior sem fronteiras...
Ostentam um mero vínculo de riquezas...
Onde a cada segundo mortal...
Consumo um prazer para lhe fazer se encontrar...
Onde a cada instante final...
Descubro um imortal sentimento para lhe fazer sentir-se infinita...
Enquanto a cada momento em você reflete-se o espelho da vida...
Deixando a você uma lembrança...
Para lhe fazer viver em dias assim...
Os dias mortais de uma negação pudente da memória.

Marcos Gomes

Dias estranhos


Viver a “sociedade deserta”...
Seria mais uma ignóbil façanha de sua realidade...
As filosofias transcendentes sobraram-se durante os tempos...
As velhas composições poéticas...
São incessantes alicerces aos julgadores do momento...
Viver a “sociedade deserta”...
Não impediria de você gozar o prazer, a um intervalo de incompreensão...
As sociedades não viveriam às tecnologias...
O glamour da vaidade...
Na sofisticação de sua repreensão...
Mas diante a sensatez de suas hipocondrias...
Talvez esses seus dias estranhos acordariam a isso...
Pois a política ajudaria a compor...
A sociologia ajudaria a recompor...
E durante a volúpia da ignomínia de farsantes...
A sociedade causaria complô...
Seriam alguns...
Salvariam-se poucos...
Mas estariam entre os demais...
E sobre seus triunfos...
Aplaudiriam as marcas de inúteis...
Deixados sobre misérias...
Diante de suas compreensões...
Dias estranhos adormecem a isso, assim...
Pois, conseguem viver a uma “sociedade deserta”...
Em seus desencantos e desencontros.

Marcos Gomes

Dentro de sua fonte


Dentro de sua fonte de luz...
Enxergo o fruto que sobrepuja a fonte...
Que transfere espectros entre os corpos...
Formando realeza pelas quais seus sonhos ainda se surpreendem pelo vazio...
Nesse longínquo...
Numa transformação nas ações...
Que ainda envolvem esses sentimentos...
E permitem que ainda os sejam vistos...
Por seus olhos...
Por demonstrações de desejos...
E por um amanhã sem defesa...
Que se afoga pelo infinito da esperança...
A espera que um dia haja luz por seu caminho...
Por onde meus olhares se percam entre as multidões...
Nas mudanças pelas quais vejo um coração se partir.

Marcos Gomes

Consumo psicodélico


Jesus era um bondoso homem entre os demais...
Ela era apenas um sopro do destino em forma de matéria...
E eu apenas uma forma de pranto...
Consolando-me nas flores murchas do jardim de seu túmulo...
Seguindo a diferença...
Encontrando um cheiro de paz, sem desembolsar nenhum afeto de perdão...
Naquele momento...
Queria apenas o que beber...
Seguir na natureza de meu momento...
Liberar meus impulsos constantes...
Contra uma maré ofuscante na memória...
Liberar no sentimento o êxtase de um pileque...
Em uma forma bem simples de dizer que amar é conforme nosso jeito...
Onde simplesmente, isso me consome...
Isso me aperta um desejo...
Por isso, dê-me o que beber...
A solidão não vai agüentar...
É apenas um sonho e você vai surgir...
É apenas um sonho e você vai querer me conhecer...
Vai querer lembrar-se de mim...
Você vai guardar-me em seu sonho...
Você vai se descobrir...
Vamos brincar de machucar...
Vamos nos beijar...
Vamos nos abraçar...
É melhor pedir desculpas...
Pois isso, não passa de um sonho...
É tudo seu sonho...
O real é você e seu consolo...
Quero ir para casa...
Contar para todos um jeito diferente de ser feliz...
Um jeito de saber que lucidez não fere...
Mas torna-se psicodélica onde tudo é solidão...
Onde pesadelo encontra-se em quem não sonha...
Simplesmente isso me consome...
E você não passará disso.

Marcos Gomes

Caminhos obscuros


Entre o espaço e o tempo...
Vejo sentimentos que deságuam ansiedade e refletem-lhe carência...
Perplexando desejos...
Em escuros profundos pela tristeza...
Que sentem a falta de seu beijo...
E lhe mostram o opaco de seu brilho...
Surpreendentemente ludibriado por uma decepção...
Por onde somente meus olhos decifram o que senti...
E pela penumbra de seus anseios...
Ofuscam-se seus sentimentos...
Hoje estou só...
Amanhã estarei à procura de um sentido...
O enigmático é uma façanha...
Portanto, seus anjos são a fonte dos caminhos...
Através de encontros que camuflam sujeiras por asfalto...
Por complexos que a ocasião admite o que sentimos...
Eu pressinto um obscuro...
Mas você clareia essa ausência.

Marcos Gomes

Alvoroço romântico


Você, minha natureza bela, viva...
Explícita aos meus toques mais suaves que lhe conquistam...
Você é minha luz...
Me traz outra forma de pensar...
Eu morreria por isso...
E você sempre permaneceria por minha vida...
Os teus olhos, os teus sorrisos...
São as esculturas mais salientadas dessa beleza...
Natural e encantadora...
E eu me sinto vivo por isso...
Por um encanto que sempre se renova...
Por teus beijos...
Suas palavras...
Algo nunca sentido...
Sempre dedicado...
Você sente essa presença...
De um alvoroço romântico...
Lapidando pelos traços de sua vida.

Marcos Gomes

Alguém


Encontrei em seus olhos...
A compreensão para meus sentimentos...
As literaturas de meus pensamentos...
Rimavam suavemente com o vínculo de seus momentos...
A sua forma de agir...
Roubava toda a minha plena atenção...
Seus lábios finos e apelativos...
Regozijavam superlativas emoções em minha imaginação...
E o tempo que ocorre o momento...
É o tempo de enxergar uma paixão...
Interpretativa a concepção de uma carência saudável, em seu coração...
Descobrindo em seus sorrisos...
Um sorriso frágil e confuso...
Enxergando em seus olhos...
Os seus segredos mais íntimos...
Sabendo revelar para seus sonhos...
Que a vontade de viver não acabou...
Mas apenas fechou-se para uma reflexão...
Onde sempre através de um acaso em nossas vidas...
Haverá alguém por alguma razão...
Que falará ou escreverá coisas boas para nossos sentimentos...
Fazendo-nos sentir vivos, para uma felicidade calorosa em nossas vidas.

Marcos Gomes

Admiração secreta


Hoje estive longe de meus sonhos...
A sua real imagem conquistava sem dó a meus estímulos...
O seu corpo sereno diante meu olhar remoto...
Equilibrava fluentemente meus sorrisos sobre seus encantos...

Ontem, visualizei você em todos os momentos, mas você nem me notou...
Sabe às vezes um olhar de impressão deixam muitas marcas...
Mas seus momentos fizeram minhas inspirações tornarem-se idílicas diante meus olhares...
Cicatrizando as marcas de minhas memórias...
Que jamais seriam esquecidas a meus descreveres de sua beleza...

Às vezes, minha imaginação fértil tempera uma ansiedade a minha identificação...
Seria sentir-me perto de você como jamais ninguém a sentiu...
Seria eu viajar em um mundo feérico...
Onde o deslumbrante momento seria identificar-me a você...
Para eu viver saudável assim...
A solidariedade genuína de sua beleza...
Seria como pondera-la e entende-la a cada momento que se sentisse sozinha...
Para que jamais não exista em você a solidão...
E sim um mero vínculo de paixão...

Mas qualquer coisa, vá pela intuição e me encontrará...
Chamo-me admiração secreta de seu pleno amanhã.

Marcos Gomes

Desilusão


Um sonho, sem criação...
Por onde se forma um sonho?
Não posso tê-lo!
Tocá-lo!
E por fim, tudo parece real!
Tenho medo desse momento...
Sombrio, imperfeito...
Onde as sombras não são mais as mesmas...
E as ruas, praças, nos direcionam sem direção...
Teu corpo ao meu corpo não se sentem com amor...
E na formação do prazer, me vejo sem vida...
Onde em anos a vidas jogadas fora...
Recomposta pela rebeldia...
Onde tudo sempre se posicionava a um futuro...
Leve e prático como o amor...
Agora que estamos assim não perca a fé...
Agora veja seu rosto, escute seu amor...
Pois meu amor não mais lhe ofereço...
Posso sonhar com meus filhos...
Encantar minhas cantorias...
E tristeza, encontro em sua dor...
Encontrei vida em um novo amor...
Eu aprendi a te perder, mas ganhei vida...
E tua saudade não reflete mais amor...
Meu amor...
Minha vida...
Meus sonhos...
Agora posso vê-los.

Marcos Gomes, 10/11/2006.

Sentir Próximo


Nas dependências deste recinto...
Sinto-me enclausurado...
Vejo minha alma presa em minha imaginação...
Longe de afeto...
Confiscada em indecisões...
Perturbada sem seu colo, imatura de opinião...
Onde tempo refresca pensamentos...
Mas a vontade de sentir próximo me traz volta...
Ao passado...
Para a sua vida...
Enquanto o sorriso que se envolvia...
Era gerado como o de uma criança...
Sem fins ao que é preciso...
Sem fins ao que é perpetuado...
Pois sua ingenuidade me assemelha...
Entre os sinais e sorrisos perdidos...
Entre os momentos e malogros confundidos...
Para uma pressa, que nem o tempo ludibriou...
E nessa acomodada lembrança, sinto-me longe de você...
Sem me perder e sentir-me perdido...
Pois seu sonho, não me alcançou.

Marcos Gomes, 28/08/2007.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Tão constantes


Um fim se pronúncia...
Diante a nova alma...
Na interpretação impura...
Por onde vagam últimos suspiros...
Onde nuvens formam desenhos...
No formato de suas lagrimas...
E o caminho para essa nova vida...
Pois, por fim...
Isso é como uma situação...
Em um desejo ainda não sentido...
E nem realizado por ninguém...
Querem ver o que eu construir diante disso?
Querem viver o que vivi?
Vocês se afastaram de seus sonhos...
E eu voltei para lhes mostrar o que eu lá vi...
Todos estavam belos...
Pareciam bons amigos...
Tomávamos pileques...
Por imaginações onde nossos passos nunca alcançariam...
Pela nossa conquista eterna...
Minha reserva a sua espera...
Sempre bons amigos...
Eternos amigos...
Sabendo que com isso, a tristeza não nos afastaria...
Pois um fim se pronúncia...
Amigos em estado de espírito...
Por uma vida que revela nossa vida...
Por isso vivemos tão constantes, nessa nova vinda.

Marcos Gomes, 30/11/06.

“Nova era”


O início da nova era...
Recrutas sem noviços talentos...
Dialogadores da mesmice...
Que apontam teorias para evolução do começo...
E seguem os conhecimentos...
Com o mesmo passo de um Hitler obsoleto...
E o que sentem?
Não podem, são gananciadores inocentes...
Como os gritos dos trovões...
As forças das tempestades...
Que consolida que o tempo de hoje, será ruim...
Talvez os dias pudessem ser diferentes...
Talvez sua ajuda pudesse o tornar mais límpido...
Meus contatos com o mundo são únicos...
Mas nesse estado inconsciente não sei o que fazer...
Trago-lhe decepções...
Em troca dormirei aqui está noite...
Farei-lhe um cafuné...
Até dormir pra esquecer o que passou...
E mais um nobre humilde acorda...
Sem um nobre trabalho justo...
Sem seu noviço talento...
E somente com a dúvida...
Será que hoje ainda vou-me sentir mais entristecido?
Neste mundo...
Inspirado de poetas pensadores...
Políticos sonhadores...
Em episódios errantes...
Em cenários intrafegantes...
Onde o sonho de uns serão esquecidos...
E o seu, se perdeu.

Marcos Gomes. 13/03/2009

“Sonhos”


Motivos, sensibilidade que surgir...
Razões que levam ao desrespeito...
Fase a fase recompõe-se o ciclo...
Abusado de impaciência ao caos...
Descaso pré-maturo e desconsolo...
A fina sensatez é o que recria...
O conselho da fé...
O mundo insano obscuro...
Difuso entre as lápides das circunstâncias...
Aos infiéis surreais de malogros...
Que apontam suas armas aos menos favorecidos...
Favorecendo aos imperdoáveis suas vaidades mais excitantes...
Que requinta a sociedade...
Rotulada de coerência pífia e porca...
Estúpida sem valores...
E deserta a humanos de bens...
Compreendidos a boas intenções familiares...
Que revendem suas dignidades a um custo pré-potente pra sobreviver...
Essa é a dádiva da vida...
Para os que acreditam em paz espiritual...
Para os que abusam dos prazeres da vida...
O sentimento mais delicado...
Que me deixa estar ao seu lado...
E que a cada minuto que vivo...
Sinto-me degradado...
Nessa atmosfera contaminada...
Frívola aos doentes...
Que adormecem seus sonhos...
Para acreditar que um dia, serão seus.

Marcos Gomes 07/02/09

“Caçando desejos”


Teus sorrisos me destacam alegrias...
Teu jeito me surpreende atenção...
E eu sou seu espião mais amante...
Que revela minha obsessão...
Teu lado mais triste...
Não me esconde de seu lado mais apaixonante...
E por tudo que eu quero...
E não senti-la em decepção...
Meu sonho sombrio...
É sua verdade em uma noite de ilusão...
E teu arrepio...
Produz sua insegurança mais segura...
Do jeito que eu me afasto...
E do jeito que jamais surgiria uma negação...
Mas do jeito que me abraça...
Você sempre conquista a solução...
Minha visão é aérea...
Meus sonhos são passageiros...
O meu recomeço refaz essa sina...
Por qual me torno único prisioneiro...
Sou um efeito imoral, cuidadoso...
E a sensação que executa...
É o opaco de meu coração...
Minha vida era bela...
Minhas razões também...
E o que trouxeres de dívida...
Deposita em minhas decepções...
Meu coração é seu...
Meus abusos morais são meus...
E um dia os encontrarei caçando desejos a si mesmo...
Atrás de uma oração.

Marcos Gomes 05/02/09

“Afeto, Desencanto”


O princípio diante do precipício...
Os meus atos depositados nesse encanto...
Sem aspectos de ternura...
Sem sólidos contextos amor...
Meus finados pensamentos não me permitem...
Não me reprimem sofrer...
Desta longa data...
Desse amor doloroso...
Estimulo límpido...
Alvoroço recomeço...
Minha alma pálida...
Como poderia entender?
Efeito contrário...
Todos os meus erros de uma só vez!
Arrependidos...
É como me encontro outra vez!
Bem perto de você...
Bem longe de meu grande amor...
Eu perderia para vencer...
Para aprender reconquistar outra vez...
Teu perdão, sem angustia...
No infinito prazer...
Nos desencantos da vida...
Na força da dor de sentir o que é perder...
Meu universo paralelo...
Perto de seu universo mais rancoroso...
E até onde eu me conheço...
Não consigo partir...
Pois nesse afeto...
Desencanto.

Marcos Gomes 03/02/09

“Paranóico Andróide”


Paranóico andróide, esse é um novo ser...
Manipulador entre os racionais...
Não segue regras e nem tem fé...
Não vive a vida como um animal livre...
Sofre imprecisões por ser um andróide imperfeito...
No controle é um irracional...
E como prole não pertence nem ao seu próprio ventre...
Então quem de nós poderá ser o maioral?
Quem seguir o provérbio se tornará ilustre?
O paranóico é vítima de sua própria cria...
E os fatos o aprisionam em um andróide doente...
E somente o que nele sobrevivi...
São memórias vagas em mente...
Onde os encontros teleguiam as respostas...
E as vítimas serão todas esquecidas...
E mais um paranóico andróide acorda...
Sem saber o que fez e o que lhe foi feito...
Sem configurar sua leitura em seu próprio genial chip...
Onde as desventuras premiam excessos de loucuras...
E as loucuras que se acumulam são nossas fantasias...
Um paranóico andróide é fruto de hipocrisia e demência...
E não vê superação...
Os costumes e natureza se diferenciam...
Mas seu estado paranóico do meu, não...
Pois nessa vida mundana de desequilíbrios...
Não se vê luz, nem ponto crítico...
Pois os mortos e excluídos são vítimas do fracasso...
E os fortes são ilusionistas de nossa retidão...
E cada paranóico andróide surgir em um novo ser...
Que desperta e agrega suas abnegações em fraquezas...
E torna-lhe mais um paranóico andróide em ascensão.

Marcos Gomes 06/02/09

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ocultos pelo desejo


Para onde eu devo redimir essa nova escrita...
Por onde eu devo ter forças para encarar essa nova fase...
Longe do que eu nunca quis fugir, e sim me afastar...
Perto de um vislumbre de mágoa a se manifestar...
Por tanto sentimento e choro...
Onde pequenas pedras tornam-se imensidões de rochas que vulneram-se em uma trilha...
Onde nem mesmo as forças do vento podem arrastá-las...
O obscuro percorre em minha lucidez...
Vomitando em versos o que às vezes não há como compreender...
Em uma forma axiológica de encarar o medo...
Dar vida ao absurdo...
Para os que precisam não tornarem-se fetos de desespero...
Vivendo em contornos com o universo paralelo as suas existências...
Vivendo desconfiados de uma virtuosidade benévola as suas sobrevivências...
Portanto eu guardo essas tristezas em folhas de papéis...
Sabendo que estão tristes e carentes...
Mas nesta galeria vejo seus quadros opacos pela dúvida...
Seus rumores navegaram pelos mares dos momentos em que eu me afoguei...
Agora apenas vividos por meus sonhos, meus anseios...
E pela ingênua miragem de criá-los à vida...
Interpretando-os a contextos em versos vividos em palavras de amor...
Deixando-os ocultos pelo meu desejo...
E eu pela prática serena de permanecer calado, estando vivo.

Marcos Gomes

O Desafio das Águias


As águias criaram-se em meu destino...
Meu olhar diante seus vôos deslumbrantes...
Envolveram-se em todo aquele momento...
As fortes manobras de seus baleres no ar...
Afirmava-me que algo havia de acontecer naquela noite...

Os ventos fortes da tempestade assustavam meus sentidos...
Sobre o frio e os gritos da noite...
No caminho sereno da escuridão...
A emoção que eu sentir criava em mim um fantasma...
Dando colo a minha imaginação...

No caminho percorria através do segredo das águias...
No caminho escondia-me sobre o fantasma de minha imaginação...
E já no caminho encontrava-me, no grande desafio das águas...

O segredo escondido não era sentir seus olhares...
Mostrando-me a verdade...
Não era visualizar seus vôos...
Mostrando-me a liberdade...
Não era escondendo-me do prazer...
Criando insensatez...
Não era guardando-me ao fantasma, podendo vencer o fantasma...
Era criando esperança ao espírito de luta...
Do prazer a astúcia...
Da serenidade a união...
Descobrindo um mundo que não existia em minha imaginação...
Controlado por um fantasma...
Querendo mostrar-me o raciocínio...
Para não envolver-me pela solidão...
“Eu ousaria ir aonde nenhum homem tentaria...
Eu escolhi o desafio das águias”.

Marcos Gomes

Longo passeio


Você não imaginou voltar...
Você não aceitou essa mudança...
Estamos presos nessa paixão em chamas...
E é somente você que a faz permanecer acessa...
Todos os seus olhares formam-se por aquela lembrança...
E marca no tempo o quanto isso nos reencontra...
Pelo amor...
Pela dor...
Sabendo que pelo outro lado há uma porta...
Os seus sonhos nos levam para um jardim...
E lá somos infinitos...
E o que sentimos são nossas dores mortas...
E sobre a verdade e a mentira...
Permaneceu nossa luta...
Pelos rumores que nos desafiavam aos limites de nossas vidas...
E sobre os olhares mais profundos que nos direcionam agora...
Somos uma parte do equilíbrio...
O outro vive em um obscuro de tristeza...
Onde meus olhos enxergam as portas da saída...
Por onde seus sentimentos se sentirão pela saudade até uma volta...
Para um outro lado...
Ou em busca da felicidade por mais algumas horas...
E eu cumprirei uma parte da promessa...
Sabendo um ultimo adeus jamais me afastou de seu amor...
E eu fui o som em seu teatro mudo...
E lhe mostrei um pouco o valor da vida...
Quando em seu amor só restava ódio...
Agora não faço mais parte do domínio...
Sou simples mais não original...
E tudo que sentires de diferente...
Será algo que nunca poderei lhe mostrar...
Irás viver...
E eu serei apenas sua lembrança de alegrias...
Até o fim que esse sentimento se perca pela trilha...
Até o fim de um longo passeio.

Marcos Gomes.

Do fruto ao desejo


Momentos são momentos...
Palavras formam frases...
E hoje esse cenário é o mesmo...
Ainda sinto sua pele fria em meu corpo...
Posso persuadir sentimentos...
Dissuadir paixões...
Mas momentos são momentos...
Palavras formam frases...
E hoje sinto que o meu desejo é o mesmo...
Posso apagar sonhos...
Decifrar desafios...
E hoje vejo que meu espaço é o mesmo...
Onde momentos foram momentos...
Palavras foram palavras...
E hoje me descubro diante disso...
Na cura pra compreensão...
Na carência absorvida...
E em palavras, que só me resguardam de sua dor...
Nos movimentos onde as manobras parecem impossíveis...
Na descoberta imprecisa, que consome o seu amor que tanto necessita...
O seu fruto...
A sua alma...
Desejam esse amor...
O meu desejo, ao frio de seu corpo...
Querem criar um calor
Em momentos...
Encontros sem palavras...
Por onde o cenário de nossas vidas muda, tornando-se o mesmo.

Marcos Gomes, 07/12/06.

Sem seu vazio


Erroneamente sei o quanto pequei...
Tristemente sei o quanto a fiz sofrer...
Em passos em que os momentos não nos fazem sentir o prazer...
Perplexos pelos encontros nos distanciam para nossos caminhos...
Entre sentimentos tentei perceber por traz de algumas paredes a sua dor...
Em desejos tentei lembrar nos momentos em que mais havíamos construído...
Nesses ressentimentos eu não consigo decifrar a saída desse labirinto...
Eu voltei para me aproximar...
Eu me cansei para sentir o que eu sinto...
E isso não poderia ser mais uma forma de solidão...
Os sopros do além levaram meus destinos...
Em estranhos consentimentos sobre o peso de se sentir sozinho...
Eu me encontro no sopro de um vazio...
Nos velhos momentos na viagem ao passado...
Presenciando na carência um encontro sem algum vazio...
Nos encontros onde o infinito acha seu fim pelo calor...
Pelo sentir, por tocar, por acariciar, cada parte de seu corpo...
Expressando em sentimentos, o prazer de se sentir vivo...
Para encontros em que a naturalidade sobrevive ao prazer reprimido pelo tempo...
E nunca se apaga pela tristeza...
Revelando, suportando, diante de todas as suas magoas...
Do quanto você não pôde me entender...
Esse é o sopro de um vazio...
Esse é um sonho refletido...
É um momento para onde não podemos revelar o que sentimos...
Apenas fragilizarmos o que mais nos sufoca...
Para um encontro, sem seu vazio.

Marcos Gomes

Vistos por meus olhos


Nesse momento, sem inspiração...
Meus suspiros permanecem lentos...
Insuficientes...
Perdidos pela madrugada...
Onde meu sono permanece sem descanso...
Onde a insônia sufoca, me aprisiona...
Nos momentos das lembranças mais tristes...
Longe de meus pensamentos...
Onde meus talentos eram infinitos...
Onde enganavam minha dor...
E me traziam de volta a meu prazer...
Sem medo...
Envolvido pelo amor...
E pela canção...
Por onde qualquer pessoa segue à vida...
Proporcionada por cada visão...
Cada desejo...
Onde toda felicidade vive ao seu redor e ao redor de mim...
Pois está é apenas uma visão...
E toda prática lhe trará de volta...
A seu lar...
Seu destino...
Em busca de sua visão, ainda não interpretada...
Entre olhares ponderados e rejeitados...
Vistos por meus olhos...
Ausente de uma visão.

Marcos Gomes, 22/11/06.


Viver ao Seu Lado


Tudo experimentou-se em um dia...
Numa tarde ensolarada...
Pássaros em suas manobras sobre o céu infinito...
E eu meditando imaginações que levavam-me a você...
Não poderia ser muito mais que um simples sentimento...
Não ser muito mais que uma simples forma de amor...
Era eu me descobrindo aos sopros dos ventos...
Em uma forma oculta de lhe expressar o que é amor...
Tudo aproximou-me durante o tempo...
Há um lar...
Há uma paixão...
Há uma família...
Diante de meus olhos vedados da visão do que era vida...
Redimindo-me de um pesadelo...
Consumindo pela solidão...
Inepto pelas atitudes que oscilavam meu equilíbrio...
Agora produzindo um clima paz diante de meus sonhos infinitos...
Talvez algum dia eu lembre desses momentos...
Talvez algum dia eu sonhe nesses dias...
Vivendo intensamente ao seu lado por essa longa vida...
Experimentando a cada dia, a inspiração que é te amar.

Marcos Gomes

Enfim encontramos uma saída


Enfim encontramos a uma saída...
Agora podemos fazer revoluções com nossas próprias rebeldias...
Nesta pequena cidade, onde apenas os olhos da escuridão enxergam o que sentimos...
E ninguém terá a certeza de indagar nossa paciência...
Por trás de tantas rezas para de joelhos implorarmos a um delírio...
Nossos corações permanecem distantes do infinito...
Seguidos pela embriagues da madrugada...
Tentando curar uma ressaca para nossos passos distraídos...
Sobre os brilhos ofuscantes pela lua...
Imaculada e deixada pelas trilhas da tristeza...
Sentindo nossos corpos inertes pelo medo...
E nos permitindo criar um passo insuspeito pela vida...
Não hesitando em descobrir nossos pesadelos sem sentidos...
Apenas escutando o sussurro do espectro em nossos ouvidos...
Permanecendo distante de minha natureza...
Insensata em saber, porque as coisas na vida tornam-se tão obscuras...
Sentindo-me hostilizado pelo desespero de minha consciência...
Pois todos em minha volta ignoram o que eu sinto...
Portanto joguem-me no fogo e eu nem ligo...
Pois continuo andando pela velha rua...
Sombria e deserta...
Onde somente as almas que vagam, pressentem o que eu sinto...
Atrás de seus sorrisos perdidos pela infância...
Afastados pelos ventos que resfriavam nossos corpos...
Fazemos parte de um mundo passageiro...
Enfim encontramos uma saída.

Marcos Gomes