domingo, 19 de dezembro de 2010

“Confidências apagadas”


Um ponto falso...
Uma atitude indefesa...
Assim defino um movimento...
Que permaneci em repouso...
Distante de verdadeiramente existir...
Arrastando-se...
Humilhando-se...
Até distrair-se...
Do imperfeito, mago triste...
Que representa suas magias...
Até lhe reservar um momento para se entreter...
E é absurdo...
Saber o que se revelará atrás do escuro!
E recordar que sua mágica é uma ilusão passageira...
E você sabe!
Você me trouxe até aqui!
O que posso lhe oferecer em troca disso?
Desapareci durante muito tempo...
Com vergonha de minhas escolhas...
E o tempo me destinou até você...
Para lhe revelar esses tristonhos momentos...
Que vivem no oculto de meu prazer...
Mais fazem-me ser outra pessoa...
E dependendo da situação...
Posso ou não lhe confidenciar quem eu sou!
Partir muito cedo pelos sonhos nessa vida...
Aprendi muito cedo a sentir o que é dor e amor...
E hoje não confidencio mais nada a ninguém...
Preso em um egocentrismo desequilibrado...
Sem nada para me alimentar!
Pois durante cedo demais às coisas aconteceram...
Cedo demais era novo para entender...
Tudo foi tão difícil...
Até eu entender!
Como encarar a morte...
Como superar a perda...
Como viver a humilhação e a desgraça...
E como tá sendo difícil ser eu mesmo!
Impróprio de meus atos...
Superando as turbulências que confidencio para eu partir...
Sinta tudo isso como uma leve surpresa...
Sinta como se tudo que eu inventasse fosse perfeito...
Eu escondi durante muito tempo minhas confidências...
E hoje as apago, nesse desgastado sofrer.

Marcos Gomes, 20/12/2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

“Preso em um certo ser”


Preso em um certo ser...
Pergunto-me como sinto-me assim...
Envelhecendo entre paredes pálidas!
Onde nenhuma paz ou mudança prolonga minha paciência...
E minhas palavras soam como revoltas imaturas...
E degrada o que você pensa sobre mim...
E tudo termina sem vitórias neutras...
Até minha alma se alimentar em outro ser vazio!
E somente assim sinto-me em um momento de tranqüila paz...
É assim que ouço o desconhecido intemível...
É assim que revelo minhas fraquezas...
É assim que desprezo esse corpo sujo de mim...
Em dias vazios no desespero...
Implorando por liberdade...
Deixando-me na desonra...
Para valorizar o que aprendi até aqui...
Agora com outros olhares...
Com idéias renovadas quanto minhas dúvidas...
Até o paraíso que inventaram para mim...
Lembre-me apenas de acordar-me!
O caminho que estamos é confuso...
E muitas almas podem se perder!
Como já me perdi algumas vezes...
Vendo meu corpo enfraquecer...
Longe de minha alma elucida...
Que alimentava com força minha fé...
Ouvindo os sussurros fantasmas do desconhecido...
Apreciando minha luta...
Por não desistir...
Por salvar meu corpo cansado e envelhecido...
Por tudo que ele ofereceu...
Em outras almas puras...
Da origem ao derradeiro triste fim...
Onde todos pecamos perante a vontade divina...
E todos sabem nossos desafios...
Estamos presos em corpos fúnebres...
E nossa força espiritual ainda pode ser a salvação...
É preciso ser forte para terminar minha luta...
É preciso para encarar o que precisamos...
Não tenho olhado ao meu redor...
Mais sei que é preciso!
Estar preso em um ser que não é você...
Não é viver!
E todo dia se sentir um ser solitário, é se torturar!
Seja a fuga para o desconhecido...
E tente descobrir quem é esse ser.

Marcos Gomes, 11/12/2010.