domingo, 29 de novembro de 2009

“Retrato incerto”


O futuro é um retrato claro do meu incerto...
Em meio à fusão da mente sufocante...
Que aconchega meu prazer entre lençóis amanhecidos...
E mostra-me isolado até alguém se lembrar de mim...
E todo dia amanheço assim...
Sem um pouco de mim...
Sem a alegria de lembrar como foi uma vez...
E despertar de um sono que nem dormir...
Então agora quero que me leve...
Faça-me ser como você quis...
Faça-me sentir o ódio recompondo a fé...
Faça-me sentir o desprezo abençoando a morte...
Faça-me ser como eu lhe fiz...
E leve-me para um lugar isolado...
Onde não possa me ver...
E nem lembrar que existir...
Deixe sua memória vivenciar seus momentos...
Até o céu nublado sumir...
Até o sol se clarear por sua trilha...
Até o dia acabar e perceber que hoje não pensou mais em mim...
Apagando-me como a morte...
E recobrindo seus sonhos com minha poesia...
Deseje ser outro efeito...
Como foi pra mim uma vez...
E mostre-me como foi esquecer...
Suas lágrimas agora estão sadias...
Pois aquelas que choravam...
Viviam em um funeral...
Agora fique tranqüila...
Fui hoje ao canto aonde a conheci...
E não a vi.

Marcos Gomes, 30/11/09.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

“O fim de ser feliz”


Louco, como uma vida perdida...
Intranqüila de desilusão...
Solitária pelos pensamentos que enganam...
Na fúria de sonhar em vão...
E sei por que esta aqui...
Sua dúvida guarda suas emoções...
O medo de perder é tão forte...
Que acaba perdoando suas decepções...
E ser um velho amigo hoje...
Não fará trazer-me minhas velhas emoções...
O tempo agora é minha cadeia...
E devo respeitá-lo...
Até ter outra chance...
E saber desta vez pedir perdão...
Provei minha inocência...
Provei desta vez ser eu mesmo...
Com um toque claro...
Até as lágrimas secarem sem seu perdão...
Agora sobrevivo de melancolia e desabafos...
E o tempo me faz cumprir isso sem minhas razões...
Não para mim...
Nem para os outros...
Sou a fuga do derrotado...
Sou a verdadeira decepção da paixão...
Estou sendo a escolha da qual nunca fui...
Até os dias me esquecerem...
Até as chances se perderem...
Até o fim do grande e verdadeiro amor não existir...
Até o fim de ser feliz, novamente.

Marcos Gomes, 26/11/2009.

domingo, 22 de novembro de 2009

“Tente fechar os olhos”


Tente fechar os olhos...
E esqueça o que passou...
Tente dormir bem esta noite...
E esqueça sua solidão...
Pois sei o que esta sentindo...
É ruim não poder esta feliz...
E viver o que esta vivendo...
É difícil manobrar com esses ventos...
Os pensamentos seguem na tristeza...
Mas o recomeço é sempre uma constante...
E cada dia que passa...
São com outros olhares que vivemos...
Sempre tentando outra vez...
Até esquecer...
E olhar para o que vimos...
E não sentir mais a dor...
Não viver mais o nada...
E saber que superou...
E esta vivo...
Como as outras pessoas felizes...
Até mesmo como a que lhe magoou...
Agora seja sua felicidade...
Conte aos outros como esta feliz...
Mostre como vive hoje seu mais nobre sorriso...
Conte-me quem amou...
Deixe-me ser o que estava perdido...
Já fui sua decepção...
Agora abra seus olhos...
Gostaria de mais uma canção?

Marcos Gomes, 22/11/2009.

sábado, 14 de novembro de 2009

“Veja o que foi com você”


Compreendo a dor que sinto hoje...
Sei que o tempo parece parar quando dói...
Mas me incomodo quando deixo de sentir...
O que um dia fez parte de mim...
E é assim que encontro meu caminho...
Na paciência que nunca me ensinou...
Na reflexão que nunca me ajudou...
E hoje dependo desses detalhes...
Desde quando se afastou...
E é puro suar sem seu calor...
É puro sonhar sem teu amor...
Tuas palavras deram vidas a novos destinos...
E hoje podemos realmente amar...
Como nunca lhe amei...
Como nunca lhe toquei...
Simplesmente temos que amar...
Esquecer nossas tristezas...
Da fonte que nos magoou...
E podemos dar valor e acreditar nessa nova vida...
E deixar de lado com o que muito tempo nos importou...
Em uma vida apagada...
Em um efeito que não passou...
Pelo menos por meus sorrisos...
Ou pelas recordações que o amor deixou...
Agora vista seus estímulos...
Pois esta dor já passou...
Abra seus olhos quando estiver bem longe...
E veja de onde estiver dentro de mim...
O que foi com você...
E não voltou.

Marcos Gomes, 14/11/2009.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“Como esquecemos”


Como esquecemos quem amamos...
Se a imaginação que me leva a você não se apaga...
Como sabemos se ainda gostamos...
Se os momentos eternos não se afastam...
Ouvir dizer que os sorrisos correspondiam os sentimentos...
Mas hoje não houve mais sorriso...
Então não sei perceber!
Eu vejo você feliz...
Como nunca me senti com você...
Eu sabia que os sentimentos e o amor não eram eternos...
Assim como eu!
Então compreendo que nunca amei...
Mas sei o que é amor...
Assim como não lembro quando pequei...
Mas visitei Deus...
E hoje eu me torturo...
Pois sei o que escolheu...
E eu não sou mais uma dica...
Pra cuidar e abrigar algum sentimento...
E o que resta...
São somente minhas emoções...
Que vagam em um imenso vazio...
Na imaginação...
E como esquecemos?
Não pergunte a solidão!
Meu ódio tornou-se meu inimigo...
A minha incerteza decepção...
E como sabemos se não chorarmos?
Dê-me outra opção.

Marcos Gomes, 06/11/2009.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

“A outra face”


A dor simboliza o nascimento...
E é por onde vem ao mundo mais um nobre servo...
E é por onde vejo-me caminhar novamente...
Sentindo levemente...
O que somos quando perdemos!
E a ânsia cria nossas perguntas...
E é quando paro e pergunto-me...
Quanto tempo levei para entender?
E volto a sonhar no horizonte desse grande fim...
E sinto viciar dentro de mim...
Um outro momento sem você...
E é quando não paro...
E nem desisto de esquecer...
Pois o que soa nos pensamentos...
É só imaginação...
Sua linguagem esta morta...
E o que sonhamos também...
Então olhe para perto...
E sinta como hoje me sinto...
E saberá que as escolhas...
Foram nossos distintos caminhos...
Que nos deixaram bem longe...
Para esquecermo-nos de voltar...
Pois daria vida ao arrependimento...
E nossa piedade não entenderia...
Não desta vez!
Os caminhos que encontramos não fizeram esquecer...
Os caminhos que nos perdemos nos achamos...
Somos a outra face...
Da qual um dia vivemos...
E hoje nem lembramos.

Marcos Gomes, 03/11/09.